Always Kabhi Kabhi (2011)


Achei Luv Ka The End um dos piores filmes do ano, a morte me pareceu uma boa opção enquanto assistia a Pyaar Ka Punchnama e não vi nem 1% da graça que todo o mundo viu em Delhi Belly. Mesmo assim gostei (um pouco) de Always Kabhi Kabhi, outro desses filmes para a juventude que é tão ruim quanto ou pior que a maior parte dos outros. Estou tentando me entender. 

Esse Rebelde indiano foi dirigido por Roshan Abbas e conta a história de quatro jovens no último ano na escola. É clichê que não acaba mais, divertidíssimo. Sam (Ali Fazal) é sempre repreendido pelo pai, que já reclama do filho antes de o garoto de fato fazer alguma coisa. O rapaz passa o filme todo tentando conseguir dinheiro para dar aos policiais corruptos que ameaçam divulgar a notícia falsa de que ele é traficante de drogas (não se engane pela descrição, não é nada sério). Sam apaixona-se à primeira vista por Aishwarya (Giselli Monteiro), a doce filha de uma ex-item girl que é pressionada pela mãe e seu agente a fazer de tudo para conseguir ser uma grande estrela de Bollywood. O melhor amigo de Sam é Tariq “Einstein” (Satyajeet Dubey), o gênio da escola. Ele sofre muita pressão do pai para entrar no M.I.T. (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, sonho de muitos nerds), seguindo os passos dos homens da família. A última da galera é Nandini “Nandy” (Zoa Morani), a rebelde. Adivinhe com quem ela tem problemas? Se disse “com os pais”, ponto! O papis e a mami nunca tem tempo para a filha, que é durona por fora, mas um doce por dentro. O coração dela vai ser rebelde para sempre!* Não consigo parar de ser ridícula, sóri ae. 

Apesar de ter protagonistas adolescentes, o filme me pareceu muito infantil. Os personagens não tem nenhuma profundidade emocional e tudo acontece enquanto eles usam seus uniformes totalmente estilo Rebelde – que achei uma graça. Todos tinham um comportamento de criança, o qual era reforçado pelas letras bobinhas das músicas e pelas coreografias fofinhas com todos pulando enquanto vestiam suas roupas coloridas. Isto é realmente um problema? Pior que gostei. As cenas que eram para ser cômicas não tinham graça (chega de piadas sobre cocô!) e eu me divertia nas que deveriam ser sérias. As cenas não tem muita coerência, mas isto é menos incômodo antes do intervalo, porque ao menos todos estavam se divertindo. Depois dele o drama aumentou um pouco, mas até isso me divertiu. Me senti uma fanfarrona de tanto que eu ria de nada.


Adorei os clipes, são todos alegres e...ah, bobinhos. Já fui conquistada de cara com School Ke Din e sua coreografia adorável (tão Rebelde!). Gente, tem rappers! Na verdade quem me conquistou mesmo foi o Ali Fazal, passei 75% do tempo do filme apaixonada por ele. A música é cantada por Suhail Kaul e Ishq Bector. Undi The Condi também é ótima para ver o belo Ali, além de uma Giselli Monteiro mais expressiva e muitos bambolês! Esta me lembrou muito Nakhre do Action Replayy (2010). Agora, a melhor coisa do filme são as duas versões de Antenna. Além de conter o CLÁSSICO "Pai/Mãe, este é o seu sonho, não o meu" e frases como "Vocês não captam o nosso sinal" , a versão final tem uma participação especial linda. Quase todo o mundo que conheço sabe de quem é, mas não quero acabar com a surpresa dos desavisados.

A coisa mais inacreditável que vi foi um clipe patrocinado pela Fanta. A menina olhava as coisas com um “olhar Fanta” e tudo era mais divertido quando estava laranja. Deu para entender melhor por que ri tanto com esse filme? Propaganda assim, na maior cara de pau. Pena que ocorreu minha tragédia tecno-cultural, ou eu colocaria uns prints aqui.

As atuações estavam bem para o que o filme pedia. É claro que eu estava curiosa para ver como a Giselli Monteiro se sairia, já que é a nossa presença brasileira mais marcante em Bollywood. Olha, por comparação com Love Aaj Kal, ela melhorou. Pena que foi dublada (me pareceu), o que é uma prática comum nos filmes indianos. Como tenho esperança de que ela se torne uma Katrina Kaif e isto aconteceu com a Kat em seus primeiros filmes, fico tranquila. A personagem da Giselli era engraçadinha, fofinha, tudo de inha, então não tinha muito o que oferecer. Eu normalmente acharia uma ofensa  a Aishwarya dando a entender que 30 anos é uma idade problemática, mas este não é um filme cujo roteiro cause grande comoção. Gostei mesmo do Ali e da Zoa Morani, certamente vou ficar de olho em suas carreiras. Lembrando de uma cena ou outra, também gostei do Satyajeet, apesar de sua voz às vezes me irritar. Mesmo sendo o nerd forçado, o personagem em si  até conseguiu me cativar.


Professores estereotipados, um colégio que facilmente seria americano (com direito a todos encenando Romeu e Julieta), nerds, rebeldes, a garota mais bonita da escola, pais incompreensivos...Always Kabhi Kabhi é exatamente o tipo de filme que eu adorava aos meus 10 anos, semanalmente fornecidos pela Sessão da Tarde. Ela É Demais, 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você, Amor ou Amizade, — a Wiki do Freddie Prinze Jr. é quase um relato da minha infância —filmes que não me causariam o mesmo efeito hoje em dia. Apesar de que eu provavelmente nunca voltarei a vê-lo, tive meus bons momentos. Muito da nossa experiência com um filme vem das nossas expectativas, e desde os primeiros trailers eu esperava um filme muito ruim. Sendo assim, apenas ruim foi um lucro. Queria ter conseguido levar o filme mais a sério. Meu fraco por filmes coloridos me influenciou muito ao assisti-lo, não consigo falar totalmente mal de alguma coisa que me deixou alegre em algum nível...é uma questão de respeito, pô. Sendo assim...melhor parar por aqui.

* Certeza que ninguém entendeu.


Todas as fotos do post estavam na busca do Google Imagens.

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